Antes de mais, um especial agradecimento ao Fábio Lima que parte do texto é dele.
Falar da vida de um ponto de vista metafísico é ser-se subjectivo: o conceito biológico de vida é absoluto, mas o conceito psicossocial não é de todo definível. Partindo deste pressuposto, falamo-vos do que é a subjectividade dessa «vida» num plano indefinível mas do nosso referencial, e mais particularmente de um pequeno sistema caracterizado nesse ponto de vista: a VIDA académica.
Pergunta: escreveste vida com maiúsculas, enganaste-te. Resposta: foi propositado, e perceberão porquê mais à frente.
Posso começar pela perspectiva de vida académica pré-matrícula. Um conjunto de conhecimentos pré-concebidos que estão enraizados na gíria popular: Universidade é borga e estudo, mais borga que estudo. Mito, convenhamos: é igualmente repartido, essa ideia vem do facto de ter muito mais de ambos do que o secundário e quem está de fora vê a parte da festa.
Na Universidade de Coimbra têm-se momentos únicos, e conhece-se Coimbra como nunca antes se conhecia, mesmo sendo de lá. A mais pura verdade, Coimbra é dos estudantes, sem dúvida, e só eles conhecem Coimbra e principalmente aproveitam e amam Coimbra.
Na Universidade, conhecem-se pessoas boas, pessoas más, pessoas fantásticas e pessoas estranhas.
Mudando agora para o que realmente este texto pretende falar, a nossa reflexão sobre este 1º semestre nas vivências essencialmente sociais após a matrícula. É claro que isto daria “pano para mangas” mas apenas queremos mostrar-vos o essencial daquilo que aprendemos, vivemos e presenciamos.
Estas vivências repartem-se por imensos campos. São as novas pessoas. São os novos hábitos de vida. São as novas rotinas. É todo um Mundo novo. Nas primeiras semanas, inevitavelmente temos de falar da temida Praxe. UH! A praxe é sem dúvidas a maior impulsionadora destas novas vivências. Já diz a gíria “Nos momentos difíceis é que se vêm os amigos.” e de facto é verdade, é durante as praxes que começamos a conhecer os nossos colegas, a conhecer os nossos doutores e a criar as raízes daquelas que podem ser amizades para uma vida. Além da praxe, estas primeiras semanas assemelham-se muito com o 5º ano, conhecemos pela primeira vez as novas realidades, a instituição, os professores, a cidade. E em relação á cidade, como foi referido anteriormente, quer queiramos quer não, olhamos para ela de uma maneira diferente, parece que ali é a nossa casa, sentimo-nos bem, apaixonamo-nos por ela. Depois deste primeiro impacto começa então a famosa “boémia académica”. Para quem não vive esta boémia pode pensar que é uma borga como outra qualquer mas não, existe uma magia especial em cada saída, todas as noites trazem histórias para mais tarde recordar com um sorriso na cara. É incrível, parecem momentos banais mas inevitavelmente não os conseguimos esquecer!Tudo, mesmo tudo, ganha outra importância e é visto com um outro olha: desde os jantares, noitadas, saídas a bares e discotecas a um simples café, tudo tem um encanto diferente e quando voltamos a casa ao fim de semana trazemos na memória a frase “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida , porque realmente tem, e uma frase que parecia entoada por bêbedos à meia-noite de um dia qualquer ganha tanto significado quanto o sentimento de querer rapidamente voltar para esta vida e nunca a deixar.
Agora juramo-vos, não pensem que a Universidade é a Universidade apenas por causa disto. Não! A Universidade é mais do que todas estas alegrias inesquecíveis. É também saudade de casa, dos pais, é estarmos sozinhos num novo mundo. É um conjunto de pessoas muito parecidas a nós, e que ao contrário das secundárias, “Andam todas para o mesmo”. Não querendo ferir susceptibilidades, quem não vive tudo isto, não vive a Vida Académica no verdadeiro sentido da sua existência.
A Universidade e toda a sua envolvência é, como uma vez me disseram, «um mundo dentro de um mundo», que se vaia brindo para nós à medida que os vamos descobrindo; esse mundo, cheio de aventuras e peripécias, é também uma porta aberta para o conhecimento de nós próprios, para a revisão da nossa personalidade em fase terminal de construção nas mais diversas situações do dia a dia, e que nos definem e, portanto, nos marcam.
Ninguém esquece os anos na Universidade, embora possa esquecer se em parte da vida do secundário, porque não só a envolvente é diferente como a nossa visão o é. Aproveitar estes anos não é uma opção, é uma obrigação; no fim de contas, para que estamos nós a lutar por um futuro se não for para lutarmos pela nossa vida, e em fim último, sermos felizes? Agora pensemos todos: a alegria de viver presente em cada momento não é também um meio para a felicidade? Pensem nisso da próxima vez que pegarem num copo no tapas ;D
Já todos os professores do secundário me diziam:
“Aproveita que vai ser a melhor fase da tua vida!”, a continuar assim, não tenho dúvidas que será!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
concordo plenamente com o que disses-te :D
ResponderExcluirSe existimos é para marcar...
Beijooo^^
Concordo em quase tudo neste texto, mas no final espalharam-se. Não que o Tapas não seja grande tasco, mas tens o Pinto (o único verdadeiro tasco de Coimbra ainda aberto), o Democrática, com 140 anos de história e grandes bebedeiras que já la apanhei, o Couraça com uma vista espectacular entra outros grandes marcos da vida boémia de Coimbra, que na minha opinião seriam referidos antes do Tapas. Quanto à boémia ser igual ao estudo... meu amigo isso é nos cursos da treta, pois, por muito que queiramos no meu caso é praticamente impossível. Mas quando a medicina sai à rua... ninguém nos para (só alcool em excesso XD)
ResponderExcluirAbraço
Contigo não específico :)
ResponderExcluirArrogante? agora desiludiste-me, ontem tivemos toda a noite na reinação com os outros cursos e tu não me percebes uma ironia no comentário -.-
ResponderExcluirolha que não. Conheço realidades de muitos cursos e o teu está longe de ser fácil... óbvio gozo muita vez, mas é pelo curso ser novo. O gozo nem é da minha autoria a maioria das coisas são frases feitas doutros lados, por vocês serem um curso novo. E ainda tem outro factor, estás lá tu e a Cristina, que dupla perfeita para eu pegar pá! XD
ResponderExcluirLOOOOL mas eu nem se quer estava a considerar a tua frase da treta po meu juro que nao hahaha xD
ResponderExcluirSendo assim estás fodido!
Mas pensei que só te tivesses a referir ao teu XD, mas sendo assim é verdade há cursos que os considero realmente da treta XD
ResponderExcluir